PEC que acaba com a figura dos “puxadores de votos” foi aprovada, em
segundo turno, pelo Senado nessa terça-feira (24); segue agora para ser
analisada pela Câmara dos Deputados, se vier a se tornar Lei as eleições
para Deputados deixarão de ser proporcionais e darão lugar ao voto
majoritário simples. Em resumo: quem tiver mais voto será eleito.
Será
a”morte” das coligações, exceto para as eleições majoritárias
(Presidente, Golvernador e Prefeitos) onde continuará valendo a união de
partidos para eleger um candidato.
“Efeito Tiririca” que também poderia ser chamado “Eneas” ou “Clodovil”
As
vagas hoje são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela
legenda ou coligação. A mudança tornará inútil a figura do candidato puxador de votos,
que atualmente é representado por algum político importante ou por
celebridades. Ironicamente apelidada de "Lei Tiririca", todavia poderia
ter sido “Lei Eneas” ou ainda “Lei Clodovial” - ela impedirá justamente a
repetição do fenômeno representado pela eleição do cômico, deputado
pelo PR de São Paulo. Tiririca teve 1,35 milhão de votos e ajudou a
eleger candidatos com pouquíssimos votos, como Vanderlei Siraque
(PT-SP), que somou 93 mil votos, menos que outros dez candidatos não
eleitos.
Em eleições passadas, outros puxadores levaram a
Brasília uma bancada de candidatos nanicos, como Enéas Carneiro e
Clodovil Hernandez, já falecidos, campeões de votos em 2002 e 2006,
respectivamente. Há nove anos, Enéas foi escolhido por 1,5 milhão de
eleitores e puxou mais quatro deputados, incluindo Vanderlei Assis de
Souza, com irrisórios 275 votos. "Chocante! Alguém que teve 128 mil
votos não pode decidir em nome do povo, e quem teve apenas 275 pode",
diz o vice-presidente Michel Temer (PMDB), defensor do voto majoritário
simples.
Dessa forma os partidos não irão mais buscar nomes que
possam trazer muitos votos, nem vão procurar um grande número de
candidatos para fazer 2,3 mil votos ou menos, só para engordar o
coeficiente eleitoral. Sendo aprovada, a "Lei Tiririca" gerará um
imediato efeito colateral: as coligações partidárias tornar-se-ão
inúteis nas eleições proporcionais.
Hoje, os partidos se aliam
para formar chapas com o intuito de somar forças e produzir um alto
coeficiente. Com a nova regra, uma aliança partidária não produzirá
qualquer efeito positivo ou negativo.
Lei que poder vir em boa
hora, já era o momento de acabar com esse tipo de representação
insignificante na Câmara e Assembléias Legislativas. Pessoas que não
representam nada para o povo “ganham” mandatos com votos de outros. Não
que isso vá fazer grande diferença na atual conjuntura em que vivemos no
país, já que a maioria é a mesma coisa, mas pelo menos teremos a
certeza de quem nos representa é quem nós delegamos por meio do voto, e
não um”sortudo” que apenas soube com quem coligar-se.
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