27 de junho de 2011

Luta contra a fome no mundo pode assumir novo patamar estratégico

José Graziano da Silva
A eleição de José Graziano da Silva para a direção-geral da FAO expressa, entre outras coisas, o reconhecimento internacional das políticas de combate à fome e à pobreza implementadas no Brasil nos últimos anos. A experiência brasileira vem sendo motivo de inspiração de outros países. Para além da inspiração, essas políticas podem levar o debate sobre a produção de alimentos e o combate à fome no mundo para um novo patamar, especialmente no âmbito da OMC. Essa é a avaliação dos ex-ministros do governo Lula, Celso Amorim (Relações Exteriores) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), e do atual ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, ouvidos pela Carta Maior a respeito do significado e das possibilidades abertas a partir da vitória de Graziano.
Afonso Florense
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, o significado da eleição de José Graziano da Silva para a direção-geral da FAO deve ser avaliado em uma conjuntura de longa duração. Um dos elementos dessa conjuntura é a reunião do G-20 agrícola, realizada semana passada, em Paris. Florence e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, representaram o governo brasileiro neste encontro que reuniu ministros da agricultura do G-20, grupo que reúne os países ricos e as principais economias emergentes. O documento final do encontro, destaca o titular do MDA, coloca a FAO em um novo patamar estratégico na luta contra fome no mundo. Os países do G-20 concordaram em aumentar a produção agrícola para atender à crescente demanda mundial.
O combate à pobreza extrema faz parte deste cenário mais amplo, afirmou Florence, direto de Roma, em entrevista concedida por telefone. E é este cenário desafiador que aguardar o novo diretor-geral da FAO. Ao falar sobre o resultado da eleição, o ministro do Desenvolvimento Agrário destacou, além do currículo e da qualificação individual de Graziano, o trabalho da diplomacia brasileira, do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma Rousseff. “A vitória expressa o reconhecimento pelo trabalho que o Brasil vem desenvolvendo na luta contra a fome, principalmente junto aos países do hemisfério Sul que depositam uma grande expectativa nos programas sociais do governo brasileiro”.
Ao mesmo tempo que sinaliza esse reconhecimento, a eleição de Graziano aumenta a responsabilidade do Brasil nesta luta contra a fome e a pobreza no mundo. O país, admitiu o titular do MDA, já exerce uma liderança mundial nesta luta, com uma crescente expectativa sobre políticas sociais que vem sendo implementadas nos últimos anos, como os programas de incentivo à agricultura familiar e o Bolsa Família. “Sem dúvida, a nossa responsabilidade aumentará e o nosso protagonismo no cenário internacional também tende a aumentar. Há uma demanda interna crescente de ações da FAO, especialmente nos países mais pobres, e o Brasil tem um papel importante a desempenhar para ajudar a atender essa demanda”, observou Afonso Florence.
Celso Amorim
“Brasil colocou a questão da fome no cenário mundial”

“Um grande êxito”. Com essas palavras, o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, resumiu o significado da eleição de Graziano para a direção-geral da FAO. “Essa vitória tem um significado especial”, acrescentou. “É o reconhecimento de que o Brasil colocou a questão da fome no cenário mundial e indica que o país seguirá central neste tema”. Celso Amorim salientou ainda que Graziano enfrentou candidatos muito fortes na disputa. Além do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos (superado pelo brasileiro no segundo turno por apenas quatro votos), havia ainda o candidato da Indonésia, Indroyono Soesilo, que contava com o apoio dos países islâmicos. “Foi uma vitória de peso em um tema que é central para nós”, enfatizou. “Estão de parabéns José Graziano, a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula, o ministro Antônio Patriota, a diplomacia brasileira e todos os ministros que trabalharam por essa vitória”.
Amorim lembrou que, desde Josué de Castro, o Brasil não ocupava um posto desta importância na FAO. O autor de “Geografia da Fome” foi presidente do Conselho da FAO entre 1952 e 1956. Ele parabenizou o governo Dilma, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e também o ex-presidente Lula pela implementação das políticas públicas que colocaram o Brasil na agenda mundial do combate à fome. A eleição de Graziano agora, acrescentou Amorim, envia também a mensagem de que combater a fome é algo fundamental. “As pessoas vão querer saber mais sobre o que foi feito e sobre o que está sendo feito no Brasil nesta área. O Brasil mostrou que é possível ter crescimento econômico e combate à fome andando juntos”.
Miguel Rosseto

Retirar os alimentos da agenda da financeirização

O ex-chanceler brasileiro também destacou o fato de que a presença de Graziano na FAO pode reforçar a posição do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) e abrir novos espaços políticos. A agricultura está hoje no centro das negociações comerciais da OMC. Essa mesma possibilidade foi destacada por Miguel Rossetto, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e atual presidente da Petrobras Biocombustível. “A FAO é a maior organização da ONU em termos de orçamento e estrutura e tem, portanto, uma grande capacidade de oferecer uma agenda positiva e incidir no debate sobre a produção de alimento para além dos limites impostos hoje na OMC. A FAO pode reposicionar essa agenda a partir do direito dos povos, retirando-a da agenda da financeirização. O que predomina hoje é um padrão de especulação com os alimentos, o que significa uma especulação com a vida”.
A vitória de Graziano, acrescentou Rossetto, significa o reconhecimento de grande parte dos países do mundo da liderança que o Brasil passou a exercer nos programas de combate à fome. “Graziano liderou o Fome Zero e começou a implementar um marco institucional para esses programas, criando leis, políticas e instâncias. Graças a esse trabalho, o Brasil está preparado hoje para fazer avançar o combate à miséria”, disse o ex-ministro do MDA citando como exemplos de um novo Brasil os programas de fortalecimento da agricultura familiar, de aquisição de alimentos, a Conferência Mundial da FAO, realizada em 2003, em Porto Alegre, e o amplo conjunto de políticas implementadas pelo MDA, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e por outros ministérios.

22 de junho de 2011

RBS e a privatização da água

Tarso não abriu cofre: Ao que parece e, pelo que se vê, o governador Tarso Genro não abriu os cofres do governo para a RBS. A capa de Zero Hora do último domingo, a festa que Lasier Martins fez ao prefeito lá em Uruguaiana, as várias matérias com tom “simpático” à privatização, enfim, todo o comportamento já por demais conhecido deste grupo de comunicação que todos sabemos que tem lado e não mede esforços para tentar derrubar quem não compactua com sua ganância por dinheiro e poder.
Descoberta “estranha”: O episódio do tapa do deputado Sergio Moraes serviu para o Lasier Martins descobrir, já quase no fim da vida, que os partidos que estão no governo disputam os cargos da administração. Quem acompanha os jornais da RBS vê que este senhor tem se mostrado cada dia mais surpreso com esta grande descoberta que fez. Vejam só! Partidos disputando cargos no governo! Que coisa, não? Nunca antes na história deste Estado aconteceu coisa parecida. Por certo aspecto, até tem razão o calvo da RBS. No governo passado, dentro da Corsan, por exemplo, não havia disputa de cargos. Marco Alba, Costela e o outro calvo vindo do Banrisul, não davam direito à disputas. Até os estagiários eram indicados por eles sem direito a contestação de quem quer que fosse.
Capa de Zero Hora: O que vocês acham que a frase “Levante contra a Corsan ganha força no interior” estava fazendo justamente num domingo na capa do principal veículo escrito da RBS? Na realidade, o que temos? Certo mesmo, é um grupo de prefeitos que já se deixaram, digamos, levar pelos apelos da iniciativa privada. Onde o que menos interessa são os planos da Corsan ou suas propostas. E, claro, um movimento que é orquestrado justamente por um dos prefeitos envolvidos que hoje é presidente da Famurs. Temos condições de reverter? Temos. Vamos sair deste processo sem perder nenhum município? Embora difícil, esta é a nossa luta.
Nota da Corsan: Até para entender melhor o que se passa hoje no Estado, resolvemos publicar aqui também a nota do presidente da Corsan, Arnaldo Dutra, que foi colocada na Zero Hora:
O título “Levante contra a Corsan ganha força no Interior”, capa de ZH do último domingo, na minha opinião não reflete nem o conteúdo da matéria publicada,nem a realidade do serviço de abastecimento de água e esgoto no Estado. Se, das 35 prefeituras consultadas pela reportagem, 13 responderam que pretendem ou pelo menos estudam a possibilidade de privatizar o serviço e 22 não têm a intenção de deixar a Corsan, a síntese da capa está , no mínimo amplificada. Em um universo mais global, das 322 cidades gaúchas atendidas pela Corsan estas 13 representam apenas 4%, o que entendo estar longe de um levante.
Aproveito para reafirmar nosso compromisso em investir e melhorar os serviços prestados pela Corsan em todas as cidades onde temos contrato e me colocar a disposição para discutir este tema fundamental para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, que é o saneamento.
Colegas, note que a matéria que deu origem a resposta do presidente da Corsan saiu na capa do jornal dominical. Já a sua resposta, publicada nesta terça-feira, ficou escondida na página 2. Não seria de bom senso, jornalisticamente falando, dar o mesmo espaço que foi dado a matéria de domingo para a reposta por parte da Companhia? Ou até mesmo uma matéria sobre o que a Corsan pretende fazer sobre o quadro atual da empresa?
Enquete
No sábado, uma enquete fajuta fez a seguinte pergunta aos leitores do jornal: “Qual a sua opinião sobre a concessão da gestão da água a empresas privadas?”. O resultado: 8 a 5 pró-privatização do serviço. E no domingo a matéria de capa aborda justamente o tal do “Levante contra a Corsan”. Entranho, não?

Reunião com servidores de nível superior da Prefeitura

  
   
  
       Numa articulação do mandato do vereador José Carlos Copes, após reunião de negociação realizada em 07 de junho, com o Sr. Nelson Geiger Filho, secretário de Administração, com o Sr. Algemiro Marcolin, Procurador Jurídico da Prefeitura e a Sr. Rosane do setor pessoal, no sentido de incorporar a gratificação dos servidores de curso superior  da Prefeitura de Camaquã, resolveu-se marcar para o dia 10 de junho, uma reunião mais ampla, envolvendo os servidores.
 Na reunião ocorrida no gabinete do vereador Copes, diversas possibilidades de incorporação foram avaliadas, o que possibilitou novos estudos por parte da prefeitura, e foi encaminhado um encontro com os servidores. No encontro no dia 10 de junho, no plenário da Câmara de Vereadores, os servidores e o vereador Copes junto com a Administração, recebeu por parte do secretário da Administração, Nelson Geiger Filho, o comprometimento de apresentação de um índice real para a incorporação até 30 de setembro. “Essa interlocução entre nosso Gabinete e a Administração foi de grande relevância para que efetivamente se possa avançar nessa reivindicação de anos por parte dos servidores de nível superior”, comentou Copes.