17 de maio de 2011

Jornada de luta do MPA começa com paralisação de BR no sul e marcha pela capital Piauiense


Duas grandes mobilizações marcaram o primeiro dia da jornada de lutas do MPA, que teve início nessa segunda-feira, dia 16.
No Piauí, cerca de 400 camponeses marcharam da cidade de Elesbão Veloso a Teresina, onde acontecerão ao longo da semana as audiências com o governo estadual. Já no Rio Grande do Sul, mais de 600 camponeses da Via Campesina saíram do município de Tabaí, seguindo pela BR 386 até o município de Canoas. No trajeto, dois pontos da BR foram fechados. Amanhã os marchantes chegarão a Porto Alegre, onde darão sequência as atividades da mobilização.
O MPA cobra políticas públicas para melhoria da qualidade de vida no campo, que incluem o acesso à terra, investimento na produção, beneficiamento e comercialização de alimentos, moradia e educação camponesa, defesa do meio ambiente e mudança do modelo agrícola brasileiro, com o fortalecimento da agricultura camponesa e da produção agroecológica. Além disso, o MPA reivindica solução definitiva para o problema das dívidas dos pequenos agricultores.
O primeiro dia da jornada de lutas foi marcado também pela realização de uma reunião com o Ministério de Minas e Energia, e por audiência das organizações do campo com a Ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, para apresentação do programa nacional de erradicação da pobreza.
Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rondônia, Sergipe, Goiás, Santa Cataria e Paraná iniciam hoje a mobilização nos estados.
MPA se reúne com ministério de Minas e Energia e cobra política de energia elétrica para o campo. 
Em audiência realizada ontem com a diretoria do programa “Luz para todos”, no ministério de Minas e Energia, o MPA cobrou do governo qualidade no fornecimento de energia elétrica no campo brasileiro.
Atualmente, o programa luz para todos atende quase 3 milhões de famílias camponesas. Contudo, as redes de transmissão não suportam a demanda de uso elétrico para armazenagem, beneficiamento e conservação da produção agrícola. Por isso, o MPA reivindicou mudanças no programa e novos investimentos para que a energia elétrica contribua para maior desenvolvimento rural e autonomia das famílias camponesas.
Aurélio Pavão, diretor do programa, garantiu que o Ministério iria verificar os problemas e estudar mecanismos para solucioná-los.
Novas audiências confirmadas em Brasília

O primeiro dia de mobilização serviu também para pressionar o Governo Federal a confirmar novas audiências em Brasília. Para hoje estão agendadas reuniões com a Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério de Desenvolvimento Agrário e com o Presidente da Conab, Evangevaldo dos Santos. Na pauta do dia estará o debate da produção de alimentos no Brasil. O movimento defende que a produção de alimentos seja prioridade para a agricultura brasileira, e debaterá com o governo a ampliação do mercado institucional do PAA e do PNAE, e o fortalecimento da Conab como empresa referência em alimentos no Brasil. Já na SDT, o MPA discutirá programas de apoio ao associativismo e cooperativismo no campo, bem como apoio a projetos estruturantes para a agricultura camponesa, como unidades de beneficiamento de sementes e pequenas agroindústrias.
Amanhã o MPA se reúne com a Ministra do meio ambiente, Isabela Teixeira e com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. Código Florestal e Programa Nacional de Habitação Rural serão os principais pontos da agenda de discussão.
MPA defende aceso à terra e fortalecimento do campesinato para a erradicação da pobreza no campo
Em reunião com a Ministra do Desenvolvimento Social, Teresa Campello, nesta segunda-feira, 16, o MPA e a Via Campesina pautaram a necessidade de acelerar o processo de reforma agrária e fortalecer a agricultura camponesa no país para combater a pobreza.
A reunião tinha por objetivo apresentar aos movimentos sociais as linhas gerais do Programa Nacional de Erradicação da Pobreza, que deverá ser lançado em breve pelo governo Dilma.
A Via Campesina apresentou na reunião uma proposta de discussão baseada em 4 eixos: acesso à terra, apoio a produção camponesa, políticas de abastecimento para agricultura e cidadania.
O encontro com a Ministra já vinha sendo reivindicado pela Via Campesina, e os movimentos esperam poder acompanhar a elaboração do programa.
“Consideramos um avanço o governo colocar em pauta a erradicação da miséria e abrir espaço de diálogo com os movimentos sociais. Queremos participar também do processo de discussão e construção do programa, e não apenas receber um pacote pronto”, disse Valter Israel da Silva, dirigente do MPA.

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