 
                            De janeiro a novembro, foram criados 2,32 milhões de empregos (saldo positivo entre admissões e dispensas) segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ante 2,54 milhões no mesmo período do ano passado.
O Brasil fecha 2011 com o patamar de desemprego mais baixo em  pelo menos uma década. O cenário é literalmente o inverso do verificado,  por exemplo, na França, onde a desocupação é a mais grave em 12 anos.  Mas o ritmo de criação de empregos no país poderia ter sido maior ainda.  Efeitos indiretos da crise econômica que atinge países desenvolvidos  como os Estados Unidos e nações europeias prejudicaram a meta de  abertura de postos de trabalho no ano. A indústria foi um dos setores  mais prejudicados.
O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e  Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lucio, afirma que a  estimativa inicial do governo de 3 milhões de empregos criados no ano  exagerava no otimismo. A expectativa foi revista no início do segundo  semestre para 2,7 milhões. Em 2010, foram 2,86 milhões com carteira  assinada, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do  Ministério do Trabalho e Emprego.
A crise nos países ricos fez nações asiáticas como a China  voltarem-se a mercados mais aquecidos, como o Brasil. “Temos  dificuldades de concorrer com o produto (industrial) chinês”, avalia  Ganz Lucio. Setores como o automotivo, especialmente de autopeças, e o  de vestuário foram especialmente prejudicados na abertura de postos de  trabalho por causa dessa investida.
De janeiro a novembro, foram criados 2,32 milhões de empregos (saldo  positivo entre admissões e dispensas) segundo o Cadastro Geral de  Empregados e Desempregados (Caged) ante 2,54 milhões no mesmo período do  ano passado. Na indústria de transformação, de janeiro a novembro,  foram 357.715 novos empregos e, no mesmo período do ano passado, as  novas vagas do setor somaram 638.006. Novembro de 2010 foi atípico,  porque ocorreram menos dispensas do que comumente se verifica no  período, quando começam desligamentos de trabalhadores temporários no  setor.
“O que precisamos fazer é proteger nossa economia e investir em  tecnologia para ganharmos produtividade para concorrer com esses  produtos”, avalia o diretor do Dieese. No que diz respeito aos  incentivos, o governo federal promoveu, em agosto deste ano, aumento do  Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos com menos  de 65% do valor de produção realizados no país. Outros setores receberam  desonerações pontuais, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou  que o setor têxtil deve ter novas medidas de proteção em 2012.
Ganz Lucio avisa, porém, que as ações são importantes mas podem não  bastar. “Essas medidas são necessárias, mas é preciso outras, para  incentivar as empresas a produzir nacionalmente e é evidente que o  impacto disso é a retomada dos empregos.”
A perspectiva é de que as economias europeias e norte-americana  permaneçam em recesão nos próximos anos. Isso quer dizer que haverá  menos mercados absorvendo produtos exportados por nações como o Brasil,  ao mesmo tempo em que o consumo nacional, de famílias e do governo,  continuará a atrair a atenção e os esforços da China e de outros polos  industriais.
Isso reforça a importância de o Brasil zelar por seu mercado interno,  garantindo bons patamares de emprego. “Preservar os empregos também  deve ser um objetivo da nossa política”, avisa o economista.
Em 2011, o país teve bons resultados. A taxa de desocupação calculada  pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atingiu em  novembro o menor nível da série histórica, iniciada em março de 2002, e  chegou a 5,2%. Segundo o pesquisa mensal em sete regiões metropolitanas  da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), de São Paulo, e  do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos  (Dieese), o desemprego ficou em 9,7% em novembro. Foi a primeira vez em  que a taxa ficou abaixo de dois dígitos desde janeiro de 1998, quando a  pesquisa começou a ser feita.
Site Rede Brasil Atual
 
 
 
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