“É uma quantidade tão grande de veneno que este problema extrapola o setor agrícola e deve ser objeto de preocupação das áreas de saúde, meio ambiente e, até de comércio, já que 80% do mercado de venenos se concentra nas mãos de apenas seis grandes empresas transnacionais – Monsanto, Syngenta, Bayer, Dupont, DowAgrosciens e Basf.”
Com relação à saúde, o deputado apresentou outro dado alarmante: os agrotóxicos já ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações. “Ficam atrás, apenas, dos medicamentos, acidentes com animais peçonhentos e produtos de limpeza. E as fórmulas desses venenos podem causar enfermidades gravíssimas como esterilidade, mutagenicidade, câncer, distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares, dentre outros agravos à saúde.”
Mais uma informação estarrecedora levada por Bohn Gass ao plenário tem como fonte a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim): em 2010, o Brasil gastou 7 bilhões de dólares (ou 12,3 bilhões de reais pela cotação de 25/10) na compra de agrotóxicos. Segundo o deputado, é um valor exorbitante que contrasta com a baixa aplicação de recursos em pesquisa e assistência técnica para a produção de alimentos orgânicos.
“A questão de fundo é a do modelo agrícola. Estamos evoluindo. Já temos muitas experiências bem sucedidas de agricultura sem veneno. Precisamos direcionar, cada vez mais, nossas pesquisas e recursos na busca de uma qualidade superior na alimentação. Infelizmente, não ainda conseguimos fugir da monocultura exportadora que concentra renda e exige cada vez mais venenos. Mas é no sentido contrário que devemos caminhar”, finalizou Bohn Gass.
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