Rachel Duarte
Em Porto Alegre nesta sexta-feira (14), a presidenta Dilma Rousseff anunciou a liberação de R$ 1 bilhão a fundo perdido e R$ 750 milhões em financiamento para que o governo estadual e prefeitura possam iniciar a construção do metrô na capital gaúcha. Dilma anunciou ainda o repasse de R$ 300 milhões para construção de oito corredores de ônibus na região metropolitana. Na ocasião, a presidenta assumiu publicamente o compromisso de retornar a Porto Alegre para anunciar a construção da segunda ponte sobre o rio Guaíba. “Sabemos que é uma necessidade e o governo está estudando a melhor forma de viabilizar esta ponte. A modelagem e as condições para realizá-la ainda não estão definidas, mas podem ficar tranqüilos que vocês terão a ponte”, afirmou Dilma.
A previsão da prefeitura de Porto Alegre é realizar o processo licitatório de forma rápida, começando a obra em até um ano. “Ainda há uma discussão de como faremos a obra e isto alterará o prazo de entrega. Poderemos ter a obra finalizada em quatro anos. Mas não vamos repetir o erro que a prefeitura de São Paulo fez em permitir que duas empresas vencessem a licitação, uma para realizar a construção da obra e outra para operar o transporte”, disse o prefeito José Fortunati.
“Tivemos inúmeras reuniões em Brasília e agora temos como desafogar as 30 mil viagens de ônibus do Centro Histórico de Porto Alegre. Daremos um salto”, comemorou o prefeito. Ligando a zona norte ao centro, o metrô de Porto Alegre terá 14,88 quilômetros de extensão e 13 estações, com interligações com a região metropolitana.
Durante o discurso, Dilma anunciou também a liberação de R$ 300 milhões para a construção de oito corredores de ônibus em cidades da região metropolitana de Porto Alegre: Esteio, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e Viamão. Para Dilma, os investimentos em mobilidade urbana surgem em um momento em que o Estado brasileiro tem condições de investir em obras de grande porte, focadas na mobilidade urbana das grandes cidades.
“Transporte de massas de qualidade passará a ser uma exigência. As pessoas passarão a usar de forma democrática e compartilhada o mesmo transporte de massas. O metrô não é feito para ser um critério de exclusão social, mas de inclusão. É metrô de qualidade para a população de todas as rendas do Estado”, afirmou a presidenta.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, ressaltou que o PAC Mobilidade Urbana também está investindo recursos em obras como a construção do aeromóvel, para ligar o Trensurb ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, e a duplicação da avenida Tronco, na região do estádio Beira-Rio.
Ponte do Guaíba e Copa das Confederações
Dilma Rousseff afirmou ainda que o governo federal está concluindo estudos sobre a construção da segunda ponte sobre o rio Guaíba. Os estudos, disse Dilma, indicam que “de fato a ponte é uma necessidade”. A presidenta afirmou que na próxima visita ao Rio Grande do Sul deve anunciar a confirmação da obra, cujo formato ainda não está definido. “Proximamente, voltarei para anunciar a ponte”, completou.
Em meio à polêmica sobre o atraso na reforma do Beira-Rio, já que o Internacional ainda não assinou o contrato com a construtora Andrade Gutierrez, Dilma disse não ter condições de afirmar se Porto Alegre corre o risco ou não de deixar de ser sede da Copa das Confederações, em 2013.
“Aqueles Estados que tiverem estrutura até a data da Copa das Confederações vão participar. Quem não estiver pronto não participará”, afirmou Dilma. “Segundo informações que eles (Fifa) nos deram, são necessárias três cidades. Se tivermos três cidades prontas para a Copa das Confederaçoes, vão participar”, completou a presidenta.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, disse que há risco de Porto Alegre perder a competição. O governador Tarso Genro revelou ter entrado em contato com a Fifa para garantir que o Beira-Rio estará pronto até 2013.
Brasil Sem Miséria
Na agenda da manhã, Dilma assinou o pacto entre os Estados da região Sul para a execução do programa Brasil Sem Miséria. Estavam presentes, além de Tarso Genro, os governadores de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e do Paraná, Beto Richa. “Isso reforça a ação conjunta entre os três Estados e a União na erradicação da pobreza extrema no país”, afirmou.
Foram assinados 16 acordos entre os governos, associações e empresas. Entre eles, um convênio entre o Ministério da Agricultura e Abastecimento com o Movimento Nacional dos Catadores. A parceria possibilita a inclusão de cerca de 600 mil pessoas que dependem do lixo para sobreviver.
Entre as ações do programa na região Sul, destacam-se também a compra de sementes da agricultura familiar pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O governo vai adquirir 53,5 toneladas de sementes de milho de 400 agricultores familiares de cooperativas. Para a área rural, também foi formalizada uma parceria com a rede Wal Mart, que irá comprar a produção da agricultura e da agroindústria familiar, da economia solidária e de comunidades tradicionais.
Em outro acordo, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) e o governo federal desenvolverão em conjunto ações de qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho para o público do Brasil Sem Miséria. A parceria envolverá 61 entidades do setor em todo o País.
De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, na Região Sul devem ser incluídas mais pessoas no Cadastro Único, no qual constam os beneficiários do Bolsa Família e de outras ações do Brasil Sem Miséria. A ministra reforçou que se trata de tarefa a ser realizada com mobilização dos municípios e governadores. Neste sábado, ela permanece no Rio Grande do Sul e acompanha o mutirão de empregos, no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre. Este é o terceiro feirão para acesso a vagas de trabalho feita pela parceria e por meio do Brasil Sem Miséria no país. A meta no RS é empregar no mesmo dia 200 pessoas.
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