16 de novembro de 2011

Mais ricos ficam com quase metade da renda total do Brasil

Grupo inclui os brasileiros que ganham acima de R$ 1.500; 2 em cada 3 recebem até R$ 510.

Eles são só 10% da população brasileira, mas ganham, por mês, o equivalente a metade de toda a renda recebida pelos brasileiros. A fatia que corresponde aos mais ricos leva 44,5% de todos os rendimentos da população, somados. É o que mostram os dados do Censo 2010 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (16).

Salário médio do brasileiro é de R$ 1.202


Por “10% mais ricos”, leia-se aquele grupo de pessoas com renda mensal acima de três salários mínimos, ou R$ 1.530 pelos valores do mínimo de 2010 (R$ 510), considerados pelo instituto. O número parece absurdo: como pode alguém com salário de R$ 1.500 por mês estar entre a fatia dos mais ricos do país?


A conta é simples: o IBGE considera que a população brasileira tem mais de 190 milhões de pessoas. Dessas, em torno de 5% (ou 9,5 milhões), ganham algo entre três e cinco mínimos por mês. Outros 6,8 milhões, ou 3,6% do total, têm renda entre cinco e dez salários, ou R$ 2.550 e R$ 5.100.


Para completar, 1,2% da população, o equivalente a 2,2 milhões de pessoas, recebem acima de dez salários, mas menos de 20 mínimos, ou R$ 10.200. E só 760 mil (0,4% da população brasileira) têm a sorte de ganhar acima disso por mês.


Esses são os 10% mais ricos. Do outro lado, o dos 10% mais pobres, o total da renda que eles levam representa só 1,1% de todos os salários do país. O número considera todas as pessoas com 10 anos ou mais residentes no Brasil.

Pelas contas do IBGE, a desigualdade dos salários persiste: metade da população com os menores salários ganha o equivalente a 17,7% do total de rendimentos.

Se um grupo reunido em uma sala com dez pessoas tivesse que dividir R$ 100, uma delas ficaria com R$ 45 sozinha, cinco levariam R$ 17 e uma, só R$ 1. Os outros R$ 37 ficariam com a população que ganhava mais do que um salário mínimo, mas menos do que três.

O IBGE mostra que 37,1% da população não declarou renda nenhuma. Mais do que 1 em cada 3 brasileiros não tinha fonte de renda ou não recebia salário fixo.

Dentre os que recebiam salários, são considerados desde os que sobrevivem com aposentadoria ou outros benefícios assistenciais até os empregados com carteira assinada.

Se somados aos que tinham salários equivalentes a um mínimo, até R$ 510, essa fatia representa 64,5% da população. São quase 2 em cada 3 brasileiros ganhando menos do que um salário mínimo em todo o Brasil, sem fazer distinção entre população rural e urbana, no Nordeste ou no Sul.

Quando os dados são recortados para dar ideia de quanto ganham, em média, os habitantes das regiões, o percentual de pessoas sem rendimento foi mais elevado no Norte (45,4%) e no Nordeste (42,3%) e mais baixo no Sul (29,9%), no Sudeste (35,1%) e no Centro-Oeste (34,8%).

Quanto ao grupo que ganhava mais de cinco salários mínimos mensais, os percentuais são muito pequenos no Nordeste (2,6%) e no Norte (3,1%) e crescem no Sul (6,1%), Sudeste (6,7%) e Centro-Oeste (7,3%). Nas cidades, predominam as maiores rendas, enquanto o campo mantém salários baixos.

Quando o recorte é por sexo, as mulheres das faixas de renda mais baixas (até um mínimo) são maioria frente aos homens, enquanto nos grupos de maiores salários, os homens predominam.

O IBGE visitou, no ano passado, em torno de 67,6 milhões de domicílios nos 5.565 municípios brasileiros para saber um pouco mais sobre a população. Os dados sobre renda e salários ainda são preliminares e podem ser modificados até setembro de 2012, quando saem os números definitivos sobre trabalho e renda do Censo 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário!!