Da Redação
A TV Sul21 estreia um novo formato de entrevistas, o Sul21 DEBATES. A primeira edição discute a avaliação do ensino público do Rio Grande do Sul e a proposta do governo Tarso Genro sobre o tema. Foram convidadas: a secretária adjunta de Educação, Maria Eulália Nascimento, a ex-secretária de Educação no governo Yeda, Mariza Abreu, e a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira. O mediador do debate foi o cientista político e diretor do Sul21, Benedito Tadeu César.
Assista ao SUL21 DEBATES:
1º BLOCO: Apresentação da proposta do governo estadual e exposição das convidadas sobre o processo de avaliação.
Secretária adjunta de Educação Maria Eulália: “Estamos propondo um sistema articulado institucional que evita o ranqueamento e inclui a Secretaria de Educação nesta avaliação”.
Ex-secretária de Educação Mariza Abreu: “Concordo que deve ser uma avaliação integrada. Mas, há que averiguar onde está o furo no processo, pois tem professores com nota máxima e alunos que cada vez aprendem menos”.
Presidente do Cpers Rejane Oliveira: “Eu qualifico a proposta do governo como uma reforma educacional que joga nos ombros dos trabalhadores a responsabilidade sobre as mazelas da escola pública, mexe no plano de carreira dos professores e reestrutura o ensino médio para formar mão de obra barata.”
2º BLOCO: Plano de Carreia e Avaliação dos Professores.
Presidente do Cpers Rejane Oliveira: “Todo governo, quando chega ao Piratini, pensa em como mexer no plano de carreira dos trabalhadores. Isso não melhora o ensino. Nós já temos uma avaliação completa no nosso plano de carreira atual. O que precisamos é ter mais investimentos em educação e o pagamento do piso do magistério”.
Ex-secretária de Educação Mariza Abreu: “Temos que nos entender. Todos querem a melhoria da educação e aumentar o salário dos professores. Mas, todos os governos encontram as mesmas dificuldades orçamentárias. O governo Tarso investiu até agora 25,6 % de impostos no ensino, que é menos que o governo Yeda, que já é menos dos governos anteriores”.
3º BLOCO: Governo diz que quer pagar o piso e busca um ensino de qualidade.
Secretária adjunta de Educação Maria Eulália: “Nós cumprimos 26% do Orçamento até agora e vale lembrar que este orçamento foi herdado do governo anterior e previa R$ 23 milhões para educação. Nós já suplementamos para R$ 100 milhões. Isto demonstra nossa prioridade na educação”.
“Estou pasma com alguns pontos da reivindicação do Cpers. O que está sendo criticado não é a mesma proposta que apresentamos em audiência com o sindicato. Não há alteração no plano de carreira. Desde 1975, o regulamento para promoções é estabelecido por decreto”.
4º BLOCO: Cpers considera equivocada proposta de reestruturação do ensino médio.
Presidente do Cpers Rejane Oliveira: “A ex-secretária (Mariza Abreu) governou com ordem de serviços e decretos e nunca se preocupou em debater propostas. Não dá para agora ignorar esta realidade”.
“Eu mostro de onde eu tirei estas considerações. Está aqui (mostra documento) no documento impresso pelo governo do estado, os critérios que responsabilizam os professores pela evasão escolar. O ensino médio será entregue para o sistema S. O Pronatec é uma parceria com o sistema S. Tem uma pérola aqui também que condiciona e restringe a participação da comunidade escolar nos processos”.
5º BLOCO: “Precisamos construir uma identidade para o ensino médio. Ele não pode ainda ser visto apenas como o pedacinho para chegar ao ensino superior”, defende secretária
Ex-secretária de Educação Mariza Abreu: “Eu concordo com a Eulália sobre as mudanças no mérito serem feitas por decreto. E isto não é mexer no plano de carreira. É invertido o peso da formação continuada e muda o desconto na pontualidade, isto é bom”.
Secretária adjunta de Educação Maria Eulália: “O Pronatec recebe as mesmas críticas que o Prouni recebeu no governo Lula. Mas trata-se de uma otimização dos recursos que vão para outros sistemas, como o caso do sistema S, que torna obrigatória a oferta gratuita, para alunos em formação, de cursos de formação restritos hoje aos trabalhadores empregados.
“O processo não estará concluído quando da aprovação das propostas do governo. 2012 será o ano experimental para testar as aplicações das mudanças e ver onde é possível avançar e onde tem erros”.
6º BLOCO: Considerações finais.
Secretária adjunta de Educação Maria Eulália: “Não houve rompimento de diálogo com o Cpers. Estamos abertos para clarear pontos que possam estar sendo mal interpretados. Não é do interesse do governador Tarso Genro fazer algo diferente do que sempre foi defendido pelo PT”.
Ex- secretária Mariza Abreu: “Eu discordo das propostas do governo, mas, de um ponto de vista diferente do Cpers. Eu acho que juntar o ensino técnico e o regular é empobrecer os dois. E, Rejane (Cpers), o plano de carreira do magistério está defasado, precisa ser adequado às mudanças da sociedade e da escola”.
Presidente do Cpers Rejane Oliveira: “Dia 18 de novembro, às 13h30, termos uma Assembleia Geral e a pauta será a greve da categoria. Em nome do piso e contra os ataques ao ensino. Esperamos que até lá o governo diga que irá pagar o piso e tranque os projetos de mudança no ensino porque o Cpers não está de acordo. Se isto não acontecer, o governador Tarso Genro será o responsável pela greve”.
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