Ivar Pavan, Elvino Bohn Gass, Silvio Porto e Nilton Pinho discursam no Seminário Petista. |
Seminário serviu para debater estratégias sobre evitar a migração para as cidades
Com mediação da representante do Ministério da Cultura na
região Sul, Margarete Moraes, o painel da tarde no Seminário do PT
Nacional em Porto Alegre discutiu os desafios da educação, saúde,
cultura e agricultura nos municípios.
O secretário Agrário do PT Nacional e deputado federal pelo Rio
Grande do Sul, Elvino Bohn Gass, iniciou o debate afirmando que o
Partido deve priorizar uma política que evite a migração do campo para a
cidade, em especial dos jovens. Para compor esta política ele propõe
alguns pontos. A qualificação e ampliação das escolas é um deles:
“Muitos jovens ficam no interior cultivando a terra por causa da
educação que oferecemos lá”. Outra proposta é a universalização das
tecnologias, levando a internet banda larga para o interior das cidades.
Desenvolver o turismo rural e agroindústria também amplia as opções de
trabalho para aqueles que pretendem permanecer ligados à agricultura,
segundo o deputado.
No mesmo evento, o delegado federal do ministério do Desenvolvimento
Agrário no Rio Grande do Sul, Nilton Pinho de Bem, falou sobre os
programas de assistência a população do campo, como o Fomento Produtivo,
o Brasil Sem Miséria e o Crédito Fundiário: “Nunca tivemos tantas
políticas públicas para os trabalhadores rurais”, afirmou de Bem.
Ivar Pavan, secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e
Cooperativismo do Rio Grande do Sul, iniciou sua participação com uma
provocação: “Ninguém suporta viver isolado no meio rural. Um agricultor
só será cidadão quando puder trabalhar e produzir, mas também ter acesso
às artes, ao lazer, à cultura”. E, segundo ele, isso só se consegue com
infraestrutura básica de transporte e comunicação.
Agricultura familiar: alternativa no combate à padronização alimentar
Os hábitos alimentares da população do país estão cada vez mais
padronizados, segundo o diretor de Política Agrícola da Companhia
Nacional de Abastecimento, Sílvio Porto. Ele justifica a afirmação com o
dado que 50% do que é comercializado vem de grandes redes de mercados.
Para Porto, “a revitalização de feiras livres é crucial”. Além disso,
existem leis já em vigor que incentivam pequenos agricultores: o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) regulamenta que 30% das
compras institucionais sejam feitas da agricultura familiar.
Outros pontos que Porto destacou sobre o plano nacional de
alimentação é o uso de agrotóxicos: “Temos uma das produções mais
envenenadas do mundo”.
Sabrina Parrino, vice-presidente do conselho de Segurança Alimentar e
Nutricional, explicou a legislação em relação ao tema no Brasil: “A
segurança alimentar tem relação com diversas outras áreas”. Para ela, a
política de segurança alimentar e nutricional tem dois componentes
básicos: primeiro relacionado com a produção, disponibilidade,
comercialização e acesso ao alimento e, segundo, relacionado às práticas
alimentares e à utilização biológica do alimento.
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