22 de maio de 2012

"Veta, Dillma" reune defensores das causas ambientais na Assembleia

Ato no Dante Barone pediu o veto da presidenta ao Código Florestal

Foto: O ato "Veta, Dilma" reuniu parlamentares e militantes na defesa das causas ambientais na noite desta segunda-feira (21) no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Coincidentemente, no mesmo momento, como observou o deputado Adão Villaverde (PT), a presidente Dilma Rousseff estava na cidade, cumprindo agenda pessoal.

Participaram do evento, como anfitriões do Parlamento, os deputados Villaverde, Raul Pont, Marisa Formolo e Valdeci Oliveira,do PT. Também prestigiam o ato os secretários estaduais Ivar Pavan, Vinicius Wu e João Motta, os vereadores da capital Sofia Cavedon, Toni Proença, Elias Vidal, Maria Celeste e Mauro Pinheiro, as presidentes estaduais do PPL, Mari Perusso, e do PV, Mariovane Barbosa, todos unidos para pedir à presidenta Dilma Rousseff para que vete o texto do Código Florestal aprovado na Câmara Federal em 26 de abril. A presidenta deve se manifestar até o próximo dia 25.

Villaverde destacou que o debate não era ato isolado convocado por partidos políticos, mas pertencia à sociedade que não quer retrocesso na política ambiental. O parlamentar observou o simbolismo da presença da presidenta Dilma na capital, vinda de Santa Catarina para pernoitar em Porto Alegre, cidade com grande tradição na vanguarda na defesa da sustentabilidade desde o início dos anos 1970. Para ele, a prosperidade e o desenvolvimento dependem das atitudes frente ao meio ambiente. "O modelo antigo, de crescer sem atentar para as questões ambientais, está definitivamente superado", acrescentou.

João Paulo Tófanno, dirigente nacional do Partido Verde (PV), disse que os pontos que mais preocupam no Código Florestal aprovado são a anistia aos desmatadores, a questão da compensação das áreas de preservação permanente (APPs) e o acesso ao crédito agrícola para descumpridores da legislação.

Ivar Pavan ressaltou que desenvolvimento econômico e equilíbrio ambiental não são antagônico e ressaltou que o Código Florestal só protege a economia, com a visão de curto prazo. "Na votação da Câmara, não se discutiu o conteúdo mais importante, a partir do conceito da sustentabilidade, mas se disputou apenas para defender ou derrotar o governo federal", asseverou. "A presidenta Dilma terá que vetar o Código pelo menos em parte".

A presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia, deputada Marisa Formolo, reforçou que a luta por um país de todos deve ter como um dos seus pilares vitais a sustentabilidade sócio ambiental. "O texto do Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados é um grande retrocesso no que se refere à legislação ambiental brasileira", sustentou.

O presidente municipal do Partido Pátria Livre (PPL), Márcio Cabrera, afirmou que é possivel e necessário combinar preservação ambiental com um projeto de desenvolvimento para o país. "Não é tarefa simples para a única nação do mundo que tem seis biomas distintos e com mais de 60% de florestas preservadas, como é o caso do Brasil. Mas é preciso política de Estado que proteja o meio ambiente, o solo, a água e a produção sustentável de alimentos", acentuou.

Por sua vez, o presidente municipal do PV, Giovani Carminatti, disse que o Código Florestal contraria qualquer conceito mínimo de humanismo, que prevê heranças melhores para as gerações futuras. "Anistiar desmatamento não existe, é deboche à nossa inteligência. A natureza cobra caro pelas agressões", enfatizou, remetendo aos desastres ambientais cada vez mais frequentes. "O nosso desafio em Porto Alegre é tratar o planejamento urbano com seriedade e visão da sustentabilidade desde já".

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