22 de dezembro de 2011

Boa safra e aceleração industrial elevam PIB gaúcho em 5,7% em 2011

Fundação de Economia e Estatística divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul em 2011. Com a fala, Secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã João Motta. | Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini 

Rachel Duarte

O ano encerra de forma positiva para a economia gaúcha. Nesta quinta-feira, 22, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) do estado e o crescimento foi de 5,7% em relação ao ano passado. O valor per capita foi de R$ 24.846 e se deve ao setor agropecuário e de construção civil. Apesar da preocupação do governo estadual em não depender da oscilação das safras, a agricultura foi mais uma vez o principal impulsor do PIB gaúcho. Os números foram comemorados pelo governador Tarso Genro, que considerou também a influência da política ao não desacelerar o setor da indústria e a atração dos investimentos para o estado, diferentemente do restante do país. “Foi um crescimento chinês”, brincou.
Em números, o setor da indústria não apresentou uma elevação considerável. “O crescimento foi de 2,5%, o que, se comparado com média nacional é positivo”, afirmou o secretário de Planejamento e Gestão, João Mota. “Mudamos o Fundopen, retomamos o Badesul, criamos uma Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento. São mecanismos que nos dão margem para atrair as indústrias e segurar investimentos no RS”, avaliou.
Entre as razões apresentadas pelo estudo da FEE para o desempenho discreto do setor industrial estão os reflexos da política econômica nacional e a competitividade do mundo globalizado. “A política fiscal, com aumento de juros, se reflete na indústria. A produção doméstica sofre concorrência dos produtos importados, portanto a produção local também diminui”, explicou a supervisora do Centro de Informações e Estatísticas, Cecília Hoff.
No caso do Rio Grande do Sul, os principais fatores do baixo crescimento industrial foram a queda na produção de calçados com a concorrência da gigante China e a baixa exportação de insumos no setor de metalurgia. Por outro lado, o estudo aponta que a produção de máquinas agrícolas aumentou no estado. A atividade da construção civil também cresceu em 5,9%. “As políticas de incentivo de linhas de créditos e programas como Minha Casa Minha Vida impulsionaram a construção civil”, disse o secretário João Mota.
O setor de serviços, que representa 61% do Valor Adicionado Bruto (VAB), cresceu 5,2 %, com destaque para os transportes e o comércio.
Boa safra foi fundamental para o crescimento do PIB
A agropecuária representou um valor adicionado 18,8%, o que significa um crescimento de 26,7% em relação a 2010. O aumento na produtividade foi significativo no fumo (44,9%), arroz (30,1%) e soja (10,9%). “Estes números vem ao encontro dos dados empíricos que o governo já trabalhava junto aos setores e também ao discurso da presidenta Dilma sobre políticas de resistência à crise econômica”, salientou o governador Tarso Genro.
Para 2012, o governo estadual projeta contar com um grande incremento em Ciência e Tecnologia. A meta é ampliar os investimentos e conquistar uma média no PIB que não dependa fundamentalmente da agropecuária. “Teremos R$ 14 bi dos financiamentos privados, R$ 12 bi do Plano Plurianual Participativo e R$ 10 bi de recursos federais. Isto nos dará uma média alta de investimentos. Em Ciência e Tecnologia prevemos investir 50 vezes mais do Orçamento de 2011, em 2012”, projetou o secretário João Mota.

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