Samir Oliveira
A primeira reunião entre o Cpers e o governo do Estado após o final da greve realizada entre novembro e dezembro não dirimiu o clima de tensão que há entre as duas partes. Na manhã desta quinta-feira (22), o secretário estadual de Educação, José Clóvis de Azevedo e a presidente do sindicato, Rejane de Oliveira, conversaram por menos de meia hora, mas não conseguiram sequer concordar sobre a pauta a ser tratada no próximo ano.
O Palácio Piratini, que chamou o Cpers para o encontro, afirmou que as negociações com a categoria serão retomadas a partir da metade de janeiro de 2012 – focadas, principalmente, no pagamento gradual do piso nacional de R$ 1.182,00 até o ano de 2014. E garantiu que pontos acordados este ano e ainda não cumpridos, como realização de concurso público, estão sendo encaminhados pelo governo.
“Não estamos negando o que foi prometido. Mas existem dificuldades jurídicas e burocráticas inerentes ao funcionamento do Estado e não podemos passar por cima”, justifica José Clóvis. Por outro lado, o Cpers considera que o governo não tem credibilidade para propor uma nova rodada de negociações em 2012 se ainda não cumpriu integralmente a pauta acordada esse ano. “Temos disposição para negociar, mas o governo precisa responder sobre o que foi acordado em abril deste ano e que até agora não foi cumprido”, alerta Rejane.
Embora a reunião sinalize a retomada do diálogo após o movimento grevista puxado pela direção do Cpers – quando as relações se tornaram mais tensas e ambos subiram o tom nas declarações -, tanto governo quanto sindicato reconhecem que o clima não tende a se tornar mais ameno no ano que vem.
Entre ataques e visões políticas verticalmente opostas, ambos nutrem uma reclamação comum: querem propostas concretas. O Piratini se queixa que o Cpers se interessa em discutir conteúdos, apenas em empunhar palavras de ordem. E o sindicato alega que o governo não apresenta resultados.
“A reunião não durou nem meia hora. O governo nos chama para uma negociação e não tem nenhuma proposta para apresentar. Queremos dialogar em cima de coisas concretas. Não dá para tratar uma mesa de negociação a partir de uma declaração de intenções”, dispara a presidente do Cpers.
Da outra parte, o secretário de Educação lamenta que o encontro não tenha tido um bom clima e diz que ainda acredita numa “interlocução civilizada”. “A reunião não ocorreu num bom clima, continua sendo num tom de afirmação de palavras de ordem e acusações ao governo. Temos a expectativa de que possamos ainda chegar a ter uma interlocução civilizada, respeitosa e que produza resultados”, estima.
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