29 de dezembro de 2011

Estiagem de novo perfil força governo do RS a ações preventivas


O Governador Tarso Genro determinou a criação de uma “Sala de Situação “ para elaborar um plano de ação em casos de emergências causadas por alterações climáticas no Rio Grande do Sul. Há cerca de 15 dias, o grupo, composto por técnicos de diversos órgãos do Governo do Estado sob a coordenação da chefe-adjunta da Casa Civil, Mari Perusso, vem discutindo o encaminhamento de ações emergenciais para minimizar os prejuízos causados por mudanças do clima.
O grupo está atuando em quatro frentes: monitoramento e previsão das alterações climáticas, situação especiais de emergência, abastecimento humano de água e setor primário.
Num primeiro momento, os técnicos fizeram um diagnóstico sobre a situação climática e seus efeitos diretos na economia do Estado.
Em seguida, os profissionais passaram a desenvolver ações coordenadas entre várias instâncias do Executivo para minimizar os prejuízos causados.
O diagnóstico apresentado pela Secretária do Meio Ambiente, FEPAGRO, CEMET e CORSAN aponta que, há cerca de sete anos, o RS tem apresentado índices de chuvas correspondentes a 50% dos parâmetros considerados normais para o período (entre 140mm e 160mm). Diante de baixa precipitação e do aquecimento do Oceano Atlântico entre 2C° e 3C°, confirma-se que o RS vive o fenômeno La Niña e a previsão é a de que ocorra uma redução ainda mais intensa de volumes d’água.
Ao contrário dos anos anteriores, quando a estiagem atingiu a metade sul do Estado, em 2011 o perfil é outro: a pouca chuva e a elevação das temperaturas concentram-se nas regiões Central e Norte do RS, deslocando o eixo das ações emergenciais. A situação climática tende a abrandar no final do Verão (fevereiro/março), quando há perspectiva de ocorrência de temperaturas mais amenas.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, 49,3% das precipitações ocorridas no anos de 2011 deram-se forma enxurradas, agravando a má distribuição pluviométrica e, como consequência, comprometendo o abastecimento de água para a população e a situação agropecuária. Levantamentos feitos pelo CEMET (Centro Estadual de Meteorologia) e pela FEPAGRO (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária) relativos aos meses de outubro-novembro/2011, revelam o nível critico da distribuição de chuvas, especialmente nas regiões Centro, Oeste e Norte do RS. No Centro do Estado, por exemplo, o índice pluviométrico nos dois últimos meses ficou apenas 25% do considerado normal para esta época do ano.
Nestas regiões é constatado, também, um aumento médio das temperaturas em cerca de 2° C e 3° C, o que acarreta uma maior evaporação dos recursos hídricos e uma redução mais intensa dos volumes de água disponíveis. Considerando os prognósticos climáticos, a CORSAN indica sinal de alerta para o abastecimento humano de água em alguns municípios: Barra do Guarita, Rio dos Índios, São Valentim, Miraguaí, Bom Progresso, Boa Vista do Buricá, São Martinho, Vila Nova do Sul, Nova Prata, São Marcos, Encantado, Arroio do Meio, Salvador do Sul, Bom Retiro do Sul, Santo Antonio da Patrulha, Osório, Itaqui, Cangaçu, São Lourenço do Sul, Capão do Leão. As previsões climática indicam a tendência de que mais municípios sejam comprometidos nos próximos meses.
A Defesa Civil registra, no dia de hoje (29), 16 municípios com situação de emergência decretada. Outros 13 estão em processo de vistoria. A maior demanda localiza-se na Região Noroeste do Estado. Em inúmeras localidades, os prefeitos municipais são compelidos a proceder na decretação emergencial em razão da pressão do setor bancário para liberação de empréstimos / financiamentos. O Governo do Estado está negociando junto ao Ministério da Integração Nacional a repactuação de R$ 18 milhões para investimento em 2012.

Ações preventivas

A CORSAN mantém o monitoramento diário do abastecimento de água nos 322 municípios que atende. Em casos de comprometimento no fornecimento, a companhia atenderá emergencialmente essas localidades através de mecanismos como o acionamento de uma segunda bomba de água para fornecimento às residências.
Com relação à Bacia do Sinos, que encontra-se com seus níveis de água prejudicados devido à estiagem que este ano se antecipou em relação aos anos passados, uma força-tarefa (PATRAM, SEMA, IGRA, FEPAM e Ministério Público) está trabalhando, juntos aos arrozeiros da região, para diminuir o consumo de água. Tal medida tem surtido efeito através da sistematização do solo e do reaproveitamento da água, resultando numa redução de 50% no consumo de água para irrigação. Também está sendo feita uma operação “pente-fino” das outorgas para irrigação através da fiscalização.
A SDR (Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo) perfurou 107 poços artesianos e recuperou outros 20, além de ter locado mais 157. Estes poços artesianos estão atendendo a 2.675 famílias. Através do Programa Irrigando a Agricultura Familiar, foram elaborados 254 projetos de micro-açudes, 23 projetos de sistemas de irrigação e 34 de usos múltiplos.
A SOP (Secretaria de Obras Públicas) contabiliza a conclusão de 450 açudes em 2011. Outros 305 estão em execução e 433 em fase de licitação, totalizando 1.118 açudes no Estado.

Com informações do Governo do RS

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