A demora na assinatura do contrato entre o Sport Club Internacional e a construtora Andrade Gutierrez ainda gera dúvidas sobre a conclusão da reforma do estádio Beira-Rio em tempo de sediar a Copa do Mundo de 2014. Para afastar os rumores de uma mudança de sede, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) reafirmou nesta terça-feira (14) sua confiança na escolha do estádio colorado feita pela FIFA. “O plano A é o Inter e o plano B é o Inter”, disse sendo aplaudido pelos dirigentes do clube em coletiva de imprensa.
Após rápida inspeção no gramado, sem nem se aproximar da obra parada desde junho no Beira-Rio, o ministro fez um discurso aos jornalistas. “Quero salientar a minha satisfação com o que ouvi e vi desde ontem (segunda) quando cheguei a Porto Alegre, no que se refere à preparação do Rio Grande do Sul para a Copa”, disse. Segundo Rebelo, o Beira-Rio atenderá a todos os requisitos exigidos pela entidade internacional que promove o mundial e pelo governo brasileiro. “Não é uma construção completa de um estádio novo como é o caso do Maracanã, o estádio de Brasília que foi totalmente demolido e o do Corinhthians que será feito inclusive em outro lugar. Aqui já tem uma estrutura moderna que será reformada”, comparou.
Diante dos microfones da imprensa, o ministro foi convicto de que o prazo para execução do cronograma da reforma no estádio do Inter não será comprometido com o atraso na lendária assinatura do contrato com a construtora. “As fundações de sustentação, a drenagem e a rede pluvial já foram feitas. Uns dias a mais ou a menos na assinatura do contrato não vão influenciar. A obra estará pronta antes da Copa, isso é o que importa”, argumentou.
Diante da chuva de perguntas dos jornalistas sobre as informações ainda obscuras no que se refere a demora na assinatura do contrato para começar a reforma no Beira-Rio, o ministro do Esporte tangenciou as respostas. “O ministério tem uma data limite para aguardar pela assinatura. É aquela que assegure as obras antes da Copa do Mundo”, respondeu. Perguntado sobre qual seria a data, ele disse: “a data limite é flexível, de acordo com o emprego de mão-de-obra, equipamentos e insumos”.
Sobre o tempo para realização da obra por parte da construtora, o ministro também desconversou. “Eu não perguntei quantos meses. Eu tenho procurado saber mais como andam os detalhes do processo financeiro para assinatura do contrato, mas a empresa poderá informar”, disse.
O presidente do Internacional, Giovanni Luigi garantiu que não há possibilidade de a Andrade Gutierrez encarecer os custos da obra com a demora no contrato. “O contrato não prevê variação de custos. O Internacional está protegido pela minuta de variação de custos”, resumiu-se a dizer.
Pressão gremista para plano B
Sobre o jogo político constituído pelos dirigentes do clube rival no RS para que a futura Arena do Grêmio seja considerada uma segunda opção para Porto Alegre não ficar de fora da Copa, o ministro referendou que não há como realizar Copa do Mundo e Copa das Confederações em outro lugar que não o Beira-Rio. Mas não deixou de reconhecer o potencial do estádio gremista. “É uma questão de justiça reconhecer e prestigiar o que está sendo feito lá. Só que não temos como mudar o que já foi acordado com a FIFA”, garantiu.
Apesar de ser enfático no afastamento de especulações sobre um plano B, o ministro Aldo Rebelo atendeu ao convite do presidente gremista e deputado estadual Paulo Odone (PPS) para acrescentar na agenda de vistoria dos estádios sede da Copa, uma ida a futura Arena. “É uma homenagem que vou fazer. Seria descortesia da minha parte não o fazer. Assim como vou visitar o Palestra Itália, mas, também vou render as minhas homenagens a Sociedade Esportiva Palmeiras com a minha visita”, falou.
Embora a FIFA já tenha feito anúncio oficial das cidades que poderão sediar jogos da Copa das Confederações em 2013, o deputado estadual Paulo Odone defendeu publicamente na última semana que é possível trazer a competição para Porto Alegre – e na Arena do Grêmio, ao invés do estádio Beira-Rio, do Internacional. Como argumento, usa o precedente aberto pela Bahia, que convenceu a FIFA de que poderia sediar a competição, mesmo após o anúncio oficial das cidades-sede. “Na Bahia, o governador Jaques Wagner arregimentou o esforço político e popular e foram à luta, pressionando, exigindo. E levaram. Os recursos foram aumentados e isso incluiu a Bahia na Taça das Confederações. E nós, deputados gaúchos? E nós? O que estamos fazendo?”, questionou Odone, acentuando que a não realização da competição em Porto Alegre traria prejuízos a todo o RS.
De acordo com o ministro Aldo Rebelo, a Arena teria todas as condições de receber a Copa das Confederações e também a Copa do Mundo, mas a apresentação do futuro estádio do Grêmio é, ao menos por enquanto, apenas um gesto legítimo do presidente gremista. “Eu se fosse dirigente de clube, como ele, faria isso. Ele não está errado. O que eu não posso fazer é abrir uma possibilidade que não existe. A decisão de fazer a Copa no Beira-Rio já foi tomada e nós não trabalhamos com outra hipótese. Mas isto não significa que eu precise desmerecer o esforço do presidente do Grêmio”, defendeu.
A visita a Arena do Grêmio acontece às 16 horas. Na chegada a Porto Alegre, nesta segunda-feira (13), o ministro Aldo Rebelo reuniu-se com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, e os presidentes do Internacional e do Grêmio, respectivamente Giovanni Luigi e Paulo Odone, para assegurar que Porto Alegre seguirá como uma das 12 subsedes da Copa do Mundo de 2014.
Nesta terça-feira (14), a agenda começou com um café da manhã no Palácio Piratini, com o governador Tarso Genro; o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati; o presidente da Câmara Federal, Marco Maia e da Assembleia Legislativa gaúcha, Adão Villaverde, e demais autoridades locais. Rebelo passará a terça-feira vistoriando os estádios gaúchos.
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