22 de março de 2012

Água para todos: uma meta para o milênio, por Arnaldo Dutra

Recentemente, tivemos a notícia de que o mundo alcançou antes do prazo a meta de reduzir pela metade a quantidade de pessoas sem acesso à água potável. O resultado foi divulgado neste mês, pelo relatório "Progressos sobre Água Potável e Saneamento 2012", publicado em parceria pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef. Ampliar o número de pessoas com acesso à água tratada até 2015 era um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), traçado pelas Nações Unidas.

Conforme a pesquisa apresentada, na última década mais de dois bilhões de pessoas conseguiram acesso a fontes de água potável. Ao final de 2010, 89% da população mundial, 6,1 bilhões de homens e mulheres, haviam alcançado esse direito. Apesar dos índices positivos, vemos também que 783 milhões de pessoas continuam fora dessa porcentagem. Ainda mais alarmante, é a disparidade entre países e classes sociais. Na América Latina, 90% das pessoas têm acesso a fontes melhoradas de abastecimento de água, 31% a mais do que na África subsaariana. O grande desafio encontrado é garantir água de qualidade às regiões mais pobres e aos menos favorecidos.

No Rio Grande do Sul, temos um cenário positivo: 98% da população urbana é abastecida por água tratada de qualidade. Além de uma extensa cobertura, possuímos a dádiva de contar com um precioso patrimônio da humanidade no nosso subterrâneo, o Aquífero Guarani. Porém, ainda assim, nos deparamos com as zonas mais necessitadas sofrendo com a falta deste bem.

No dia em que o mundo homenageia sua fonte de vida, proponho uma reflexão sobre nossa relação com a água. Quais as atitudes que tomaremos para tornar o acesso à água potável universal? Como indivíduos, podemos implementar atitudes responsáveis, evitando o desperdício e contribuindo com a destinação correta de nossos resíduos. Como poder público, devemos garantir políticas permanentes de investimentos e práticas sustentáveis. Como sociedade, necessitamos defender que o controle da água não seja submetido aos interesses do capital. A gestão desse bem está diretamente relacionada ao exercício da cidadania e à sobrevivência da humanidade no planeta.

Arnaldo Dutra
Diretor-presidente da Corsan

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