Um ano após a enchente que afetou pelo menos 20 mil pessoas e causou uma série de problemas de infraestrutura, São Lourenço do Sul, a 191 quilômetros de Porto Alegre, vive dias de tranquilidade. O cenário da destruição provocado pelo desastre natural - que resultou em sete mortes, gerou prejuízos de R$ 165 milhões e deixou 2,5 mil desabrigados e desalojados - deu lugar a um mutirão para a reconstrução de pontes, casas e ruas. Nos últimos meses, a revitalização dos principais pontos e a limpeza da região marcaram a recuperação da cidade e devolveram a sensação de segurança entre os moradores.
As obras de infraestrutura em andamento na região, no entanto, são evidências das marcas da tragédia causada pela enxurrada de 10 de março do ano passado. Com o apoio dos governos estadual e federal, o município reconstruiu 5 das 20 pontes atingidas pela água. As obras de 13 pontes estão inconclusas e duas não foram iniciadas. A previsão é de que todas as pontes estejam finalizadas até junho. Embora ainda contabilize as obras espalhadas pelo município, o prefeito José Sidney Nunes garante que a população ultrapassou o trauma. "O susto já foi superado, os moradores levam uma vida normal".
O secretário de gabinete do prefeito e coordenador da Defesa Civil de São Lourenço do Sul, Amilton Neutzling lembra que a rápida mobilização das autoridades federais, estaduais e municipais possibilitou o atendimento imediato às vítimas. Apesar do caos provocado pelas águas, a retirada do lixo e dos destroços levou apenas dois meses. "Quando acontece uma catástrofe desse nível, em geral, são necessários de quatro a cinco meses para reorganizar os pontos principais do município", explica.
Além de priorizar a limpeza das áreas afetadas, a Defesa Civil reforçou o trabalho para mudar o rastro de destruição deixado pela enchente. "Tudo que poderia lembrar a tragédia, como as crateras formadas nas ruas e na orla da praia, nós procuramos atacar com a maior brevidade possível", disse. As principais ações realizadas foram a dragagem e desassoreamento da foz do Arroio São Lourenço, o aterramento da praia da Barrinha e a terraplanagem de terrenos para construção de unidades habitacionais. O Governo do Estado aplicou mais R$ 1 milhão para locação de equipamentos e mão de obra para aterramento da praia da Barrinha.
Para a construção de moradias e a reconstrução de pontes, o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 6 milhões. O valor representa 60% da verba colocada à disposição do município. Em reunião com representantes do Ministério, no início de março, o prefeito José Nunes solicitou os 40% restantes (R$ 4 milhões). A Defesa Civil de São Lourenço também sugeriu a elaboração de um estudo para a construção de um canal de drenagem para prevenir os efeitos de um novo desastre natural. Conforme Amilton, a obra - avaliada em R$ 300 mil - poderá ter de 2 a 2,5 quilômetros de extensão, ligando o camping municipal às águas da Lagoa dos Patos. "Vamos avaliar a viabilidade da obra, mas o objetivo é possibilitar o deságue direto na lagoa".
Unidades habitacionais
Está previsto para o final de março o início das obras de construção de 70 unidades habitacionais, das quais 30 serão no mesmo local onde as famílias moravam. O objetivo é garantir um teto às pessoas que perderam tudo durante a enchente, que danificou 5 mil residências. "Foi aberta uma nova licitação, que está na fase final da habilitação da empresa. As obras devem levar até seis meses", afirmou. As unidades seguem o padrão dos projetos do programa Minha Casa Minha Vida. "São 42 metros quadrados de área construída, com dois quartos, um banheiro e cozinha conjugada", explicou Amilton.
O secretário destacou ainda que todas as obras foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). "Eles analisaram todos os processos de contratação emergencial e os processos de licitação. Na semana passada, o TCU e a CGU encaminharam o relatório e determinaram o arquivamento do processo", ressaltou. O documento aponta que todos os passos e os recursos estão sendo aplicados adequadamente. "Cumprimos o cronograma estabelecido para a recuperação da cidade".
Doações (Governos Federal, Estadual, municipal e outros)
8.972 colchões
7.472 kits dormitórios (lençol, travesseiros, fronhas e cobertores)
902 roupas de cama
822 cobertores individuais
464 travesseiros
Texto: Felipe Samuel
Foto: Camila Domingues
Edição: Redação Secom (51)3210-4305
As obras de infraestrutura em andamento na região, no entanto, são evidências das marcas da tragédia causada pela enxurrada de 10 de março do ano passado. Com o apoio dos governos estadual e federal, o município reconstruiu 5 das 20 pontes atingidas pela água. As obras de 13 pontes estão inconclusas e duas não foram iniciadas. A previsão é de que todas as pontes estejam finalizadas até junho. Embora ainda contabilize as obras espalhadas pelo município, o prefeito José Sidney Nunes garante que a população ultrapassou o trauma. "O susto já foi superado, os moradores levam uma vida normal".
O secretário de gabinete do prefeito e coordenador da Defesa Civil de São Lourenço do Sul, Amilton Neutzling lembra que a rápida mobilização das autoridades federais, estaduais e municipais possibilitou o atendimento imediato às vítimas. Apesar do caos provocado pelas águas, a retirada do lixo e dos destroços levou apenas dois meses. "Quando acontece uma catástrofe desse nível, em geral, são necessários de quatro a cinco meses para reorganizar os pontos principais do município", explica.
Além de priorizar a limpeza das áreas afetadas, a Defesa Civil reforçou o trabalho para mudar o rastro de destruição deixado pela enchente. "Tudo que poderia lembrar a tragédia, como as crateras formadas nas ruas e na orla da praia, nós procuramos atacar com a maior brevidade possível", disse. As principais ações realizadas foram a dragagem e desassoreamento da foz do Arroio São Lourenço, o aterramento da praia da Barrinha e a terraplanagem de terrenos para construção de unidades habitacionais. O Governo do Estado aplicou mais R$ 1 milhão para locação de equipamentos e mão de obra para aterramento da praia da Barrinha.
Para a construção de moradias e a reconstrução de pontes, o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 6 milhões. O valor representa 60% da verba colocada à disposição do município. Em reunião com representantes do Ministério, no início de março, o prefeito José Nunes solicitou os 40% restantes (R$ 4 milhões). A Defesa Civil de São Lourenço também sugeriu a elaboração de um estudo para a construção de um canal de drenagem para prevenir os efeitos de um novo desastre natural. Conforme Amilton, a obra - avaliada em R$ 300 mil - poderá ter de 2 a 2,5 quilômetros de extensão, ligando o camping municipal às águas da Lagoa dos Patos. "Vamos avaliar a viabilidade da obra, mas o objetivo é possibilitar o deságue direto na lagoa".
Unidades habitacionais
Está previsto para o final de março o início das obras de construção de 70 unidades habitacionais, das quais 30 serão no mesmo local onde as famílias moravam. O objetivo é garantir um teto às pessoas que perderam tudo durante a enchente, que danificou 5 mil residências. "Foi aberta uma nova licitação, que está na fase final da habilitação da empresa. As obras devem levar até seis meses", afirmou. As unidades seguem o padrão dos projetos do programa Minha Casa Minha Vida. "São 42 metros quadrados de área construída, com dois quartos, um banheiro e cozinha conjugada", explicou Amilton.
O secretário destacou ainda que todas as obras foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). "Eles analisaram todos os processos de contratação emergencial e os processos de licitação. Na semana passada, o TCU e a CGU encaminharam o relatório e determinaram o arquivamento do processo", ressaltou. O documento aponta que todos os passos e os recursos estão sendo aplicados adequadamente. "Cumprimos o cronograma estabelecido para a recuperação da cidade".
Doações (Governos Federal, Estadual, municipal e outros)
8.972 colchões
7.472 kits dormitórios (lençol, travesseiros, fronhas e cobertores)
902 roupas de cama
822 cobertores individuais
464 travesseiros
Texto: Felipe Samuel
Foto: Camila Domingues
Edição: Redação Secom (51)3210-4305
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